Doceira de mão-cheia a mestra Griô, que aprendeu a ler e escrever no Centro de Convivência “Raio de Luz” em Colombo lança seu primeiro aos 86 anos de idade.
Alice da Silva é uma daquelas mulheres que merece ser reverenciada por sua história, sabedoria e acima de tudo pela que faz com zeladora das memórias da nossa gente. Mestra Griô! É uma fantástica contadora de histórias de antigamente, e aos 86 anos, é uma mulher perfeitamente integrada nas coisas da atualidade.
Uma das pioneiras do Jardim Osasco em Colombo, onde vive desde 1977. Atuou como servidora na Fundação Cultural de Curitiba por três décadas; foi camareira do Teatro Guaíra e do Teatro Positivo, em dezenas de shows e espetáculos; atriz do filme “Cafundó”, de Paulo Betti e Lázaro Ramos; colaboradora permanente do Centro Cultural Humaita – Centro de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afrobrasileira, em diversas atividades culturais, como a Festa do Rosário, RapPaz – Encontros de Cultura de Rua pela Paz, foi modelo em Desfiles de Moda, apoio técnico, cozinheira, conselheira, “mãe” e doceira de mão cheia.
Nesta semana, esteve no gabinete da secretária municipal de Assistência Social onde foi recebida pela secretária Elis Lazarotto. Na oportunidade, a autora apresentando sua obra e autografou alguns exemplares do livro que guarda causos, anedotas, aprendizados e transformações do Jardim Osasco e da vida desta mulher, guerreira, mãe de nove filhos e mais três adotivos.
Além de memórias, Alice reuniu neste primeiro livro uma seleção especial de receitas dos seus deliciosos doces caseiros, feitos com metodologia única: do jeito que só Alice sabe fazer e, detalhe, no fogão a lenha.
Originalmente publicado como e-book, “Doces Memórias” acaba de ganhar uma segunda edição, ampliada, impressa e com capa dura. Editado por Melissa Reinehr e Mestre Kandiero durante a pandemia. O registro das memórias da matriarca da família, Alice da Silva, preencheu com beleza e alegria aquele longo período de isolamento social. “Foram dias e horas de imersão em gargalhadas, lágrimas e visitas às receitas e aos álbuns de família. O que não se escreve, acaba se perdendo. As memórias de Alice são sabedorias antigas, de diversas “Alices” cujas histórias começam a ter seu lugar reconhecido na História,” comenta o Editor Mestre Kandiero.
O projeto é da Editora Humaita, criada por Mestre Kandiero em 2015 e dedicada à temática das Oralidades Afroparanaenses. O projeto de criação do livro foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, em 2021.
A aquisição de exemplares do livro pode ser feita através do site: https://www.humaitaeditora.com.br/